quarta-feira, março 29, 2006

Fitas ou cenas?


V Edição do concurso O Escritor Famoso - Actos de Cinema
É no Divas e Contrabaixos que o concurso se realiza. Eu vou concorrer... cenas e fitas é comigo!

terça-feira, março 28, 2006

O Assis Matoso ou de como se vai do racionalismo ao empirismo ou vice-versa

Desisti.
Aquilo era assunto a mais para mim. Cultura do corpo sim, mas é de maior utilidade saber escolher as circunstâncias; de forma que afastei-me de caminhos oblíquos e já que rejeitei o professor do corpo, nada melhor que enveredar pelo mestre da mente. Nem vos digo. Passei do oito ao oitenta.
Bem, eu sempre soube que os filósofos eram assim uma espécie estranha, uns escanzelados de figura mas recheados de ideias geniais, mentes abertas, se querem que vos diga. Mas mal alimentados, diria mesmo subnutridos, ou era o que eu pensava antes de conhecer o Assis Matoso. E era aí que começava a estranheza, no raio do nome porque o que ele era mesmo era Carlos Manuel. Mas pronto, eu fazia-lhe a vontade antes que ele se lembrasse que Witgenstein lhe assentava melhor. E não há dúvida que podia sê-lo, que a sua teoria ajustava-se-lhe bem. Dizia o Assis que não valia a pena indagar sobre os significados das palavras mas sim sobre as suas funções práticas. Por exemplo “charro”, dizia ele, podia ser tudo o que se quisesse, mas o melhor sempre era lançar-lhe o isqueiro e fazer dele uma forma de vida. A mim arrepiava-me um pouco que tudo se resumisse a uma estrutura formal, tanto mais que era uma estrutura volátil, que se esfumava para dar lugar a um palavreado contínuo e empastelado. E ia-lhe dizendo que podíamos conversar no quarto. Porém, o Carlos, do alto dos seus quase dois metros, olhava para a maçaneta da porta e dizia que a metáfora visual ali presente se desmaterializava logo que o olhar dele se desviasse para outra realidade criada e que o real não era apreensível a não ser pela crença. Logo, o lado de dentro do quarto era criação minha.
Comecei por beber-lhe as imagens linguísticas, à falta de melhor uso do órgão da fala. Depois insisti que podíamos existir em comunhão de fenómenos, que são coisas percebidas pelo corpo.
E ele, que não, que toda a coisa em si não passa de percepção da consciência. Mas sempre do lado de fora do quarto. Quase garanto que ele nem me ouvia, tal era o efeito da sua pedra filosofal.
O mais que consegui foi outra tirada racionalista:
“A verdade é uma incerteza objectiva que depende de um processo de apropriação caracterizado por uma apaixonada interioridade”. E foi assim, a recitar Kierkegaard, que se dirigiu para mim de copo na mão, tropeçando nos cabos que atravessavam o chão da sala em direcção ao computador. De forma que, estatelado sobre uma pilha de livros abertos, dizia ainda que só Wagner podia salvar a cultura alemã.
E a mim, já a salvo, do lado de fora da porta do apartamento, só me ocorreu a máxima da Madame de Stael: “quanto melhor conheço os homens mais gosto dos cães”.



quinta-feira, março 23, 2006

Ufff...


Cansada mas feliz.
Mas digo-vos que a vida de uma mulher é dura quando começa a reparar nos músculos.
Ele é o bíceps, o deltóide, o rombóide, o trapézio…
Confesso que o trapézio põe-me doida mas o grande peitoral consegue as melhores proezas jamais vistas. Para não falar no grande oblíquo, que me deixou um pouco atordoada devido à volumosa compleição. E, sendo oblíquo, lá tive de me desengomar para lhe dar o jeito. Reconheço que andava a precisar de ginásio há uns meses mas sempre a adiar o momento da grande prova. Não é que estivesse ferrugenta mas uma mulher não pode parar uns dias, é mesmo uma questão de bem estar.
Já com o infra-espinhoso não me senti nada bem e foi talvez pela fragilidade deste que a minha articulação coxo-femural deu sinal, pois tive de fazer um esforço acima das minhas possibilidades para poder controlar todas as células do mecanismo.
Ao nível da camada profunda não foi nada mau. Todos os músculos subjacentes se empenharam bem no movimento das lombares e as rotações, feitas a partir da base da alavanca, foram perfeitas.
Que posso dizer? Aconselhar-vos, claro. A actividade física só tem vantagens!
Por isso… toca a treinar pelo menos uma hora por dia.
Ah… e nunca esquecer os alongamentos, antes e depois dos treinos.

terça-feira, março 21, 2006

Em boa forma


Dizem que é porque ando de barriga cheia.
Cedo à provocação e vou direita ao ginásio.
Começou a Primavera e uma mulher não pode perder as formas (deles).

P.S. Eu depois conto!

... Eu hoje vinha aqui para contar, juro, mas estou tããão cansaaadaaa................

quarta-feira, março 15, 2006

Refeições completas


Foi desde que eu disse que era de boa boca.
Há circunstâncias em que não se pensa no que nos sai para fora da dita (e muito menos no que nela entra) mas não se exija tanta racionalidade a uma mulher.
- Então não saias daí, linda, disse ele, e eu terei todo o gosto em mostrar-te os meus atributos.
Quem me conhece sabe que se há parte da casa que eu abomino é a cozinha. Podendo haver quem me substitua não sou eu que lá caio, não! Por isso apreciei o gesto do Luís Carlos que fazia todo o gosto na exibição dos seus talentos. Disse que só precisava de uns tomates pouco amassados e de um fiozinho de azeite. Aí eu repliquei que ele podia usar também a endívia, que ainda estava dentro do prazo de validade. Não é que uma salada substitua o sabor de um bom condimento, mas desde que não ficasse muito desenxabida já se comia bem o prato completo, embora o valor calórico, para a situação em si, não fosse o mais recomendável.
Pensava eu que seria assim, mas os melhores atributos nunca estão à vista.
E, sim, o rapaz deixou-me de boca aberta, quando se abeirou da cama com o tabuleiro completo:
Minestrone para começar a refeição. Um caldinho bem feito, dizia ele, é a melhor maneira de cativar uma dama.
Saussisson babado para continuar a demonstrar-me os seus conhecimentos de cozinha internacional.
Seguiram-se as courgettes com grelos salteados. Ele disse que apesar de carnívora eu devia provar o gosto especial dos seus legumes. E … confesso que era verdadeiramente especial.
Digamos que só de entradas já estava servida. Por isso intervalámos um pouco. Mas o Luís Carlos era um verdadeiro chef e veio logo de seguida com as espetadas mistas, de uma variedade inimaginável, que eu comi em doses duplas para compensar o consumo energético.
- Não aguento mais, dizia eu satisfeita e a recear problemas de digestão.
Mas, ainda assim, não disse que não ao brioche surpresa – um verdadeiro manjar de deuses, preparado ao natural, dizia ele a querer explicar-me que com molhinho de coentrada ainda era mais delicioso. Mas eu já nem o ouvia, que sou gulosa mas também sou selectiva.
E ainda faltavam as febras à matança, a cataplana de conquilhas e a estopeta de atum, mas uma mulher tem limites nisto de comida a peso.
Bem… para rematar mesmo, só um papo de anjo, embora ainda tivesse provado a banana flambée. Para mim, que sou apreciadora de boa fruta, nada poderia fechar tão bem a refeição divina que o jovem preparou ali de improviso.
Luís Carlos estás aprovado.

segunda-feira, março 13, 2006

estou farta de correntes...


Deixa ver…
O mais que pode acontecer é arruinar a minha reputação.
Esta mania das cabalas dá sempre nisto e uma gaja que se lixe; ter de se vir aqui mostrar por dentro…
Anda lá menina que vais ver o tamanho da vingança!

Onde é que eu estava há 10 anos:
Estava pasmada no ram-ram de uma vida sem blogues.

Onde é que eu estava o ano passado:
Por esta altura?
Ora, devia estar a gozar de faustosas liberdades.

Cinco coisas que gosto de comer:
Sim, sou de muito alimento: de preferência coisas doces, mas podem ser salgadinhos com picante. Muito!

Cinco músicas cuja letra não me tenha esquecido:
Tenho o disco cheio de foleirices - os meus óculos de sol; sei quem ele é; a desfolhada; a tourada; o mudar de vida; ah… e o milho verde (analogias com coisas boas com’ó milho!)

Cinco coisas que gosto de fazer:
Ora… adivinhem!

Cinco coisas que fazia se fosse milionária:
Não trabalhava nem mais um dia; ia para uma clínica de Caneças para esticar tudo, tudo; mandava editar o Kama Sutra 2 nas edições Paixão e mandava cortar rentes os legumes de todos os gaijos emproados que têm a mania que são garanhões… ah e depois saía do pais e ia à procura de praias quentes.

Cinco brinquedos favoritos:
E aí vem a parte melhor: chicote, algemas, máscara, lencinhos de seda e vibrador XL (para o caso da coisa dar para o torto)

E agora não passo isto a ninguém. Quero o Óscar da melhor actriz só para mim.

sábado, março 11, 2006

Coisas estranhas


Ando mesmo pouco inspirada!

... ou será a minha parte obscura a dizer-me "tens de respeitar as diferenças!"


Humm!!! Pensando bem: isto é mas é o poder feminino!

domingo, março 05, 2006

Mal empregados!!!

Voltei, pois, à minha vidinha de faustapaixonada ou em vias disso depois de ter confirmado que não vale a pena entrar em lutas de grande monta para lugares cobiçados por milhares de esfomeados da fama, embora esse seja o estímulo nacional neste instante das nossas insípidas vidas de cidadãos sem futuro na produtividade mundial.
Mas dizia eu que voltei às lides. E nem foi preciso puxar muito pela cabeça, bastou sentar-me numa sala de cinema, onde tinha ido sozinha para ver se não me distraía com as mãozinhas dos companheiros que se estimulam em qualquer ambiente escurecido.
Estava a tentar perceber como se quebra um mito, visivelmente incomodada com o amor expresso entre dois duros do oeste que devem ter-se deixado hipnotizar pelos instintos das vacas e respectivos machos cobridores, quando o meu companheiro de plateia me disse baixinho: “olha que nem todos sucumbem às tendências da moda!”
Olhei para ele, ainda um pouco incrédula e já com as luzes acesas dei de caras com um exemplar magnífico do lindo sexo.
Palavra puxa palavra, opinião puxa opinião, corpinho puxa corpinho… e eu tive de ir confirmar aquele aparato promocional, coisa a não perder nos dias que correm, pois normalmente uma mulher olha para o lado, entusiasma-se e logo de seguida já o rapaz está a ser abordado pelo namorado, que rapidamente o livra de olhares femininos. Se não acreditam passem pelo Chiado.
Mas devo dizer que a confirmação, desta vez, valeu o dia. Ou a noite?

sexta-feira, março 03, 2006

Viva o produto nacional!


Estou furiosa!
Faltei ao emprego, corri o risco de ser despedida, gastei dinheiro em roupinhas e maquilhagem, para não falar das agências, dos books, do desgaste de dias e dias de castings, das noites sem dormir (o que vale é que algumas dessas noites foram de insónia induzida, que uma mulher não pode pôr o corpinho a uso só para o trabalho)… tudo isto para nada!
A resposta foi assim “sabe, querida, a maior brasa dos spots televisivos é a Katrin. E já estamos servidos!”
Não me conformo!
É que nem é por mim, pronto, aceito que com a minha estrutura o pessoal ia logo ver que a bilha não era aquela leveza que é sugerida pela magreza da polaca. Eu torço é pelo produto nacional. Já não basta termos de dar preferência ao tomate espanhol, à banana da Colômbia, ao Abacaxi da Costa Rica e ao músculo africano…
Parece que só nos sobram morangos e são tão tenrinhos que até desencoraja!

Ah, e temos também os políticos, que são de primeira apanha.
Boa ideia!
Vou dedicar-me à política! Pode ser que chegue ao Ministério dos Legumes Nacionais.