domingo, março 08, 2009

A perfeição



Freud encontraria, algures lá para trás na minha vida, a explicação.
Eu é mais pr’à frente é que é caminho, por isso estou-me nas tintas para a razão das coisas e quando passo pela rua olho para eles como se a vida ganhasse de novo as cores da adolescência.
E as formas, meu deus, as formas: nádegas cheias, duras, abençoadas! Nádegas que gostam de mãos maduras, daquelas que não se esganiçam em ciumeira nem aprisionam à custa de pequeninas chantagens.
Por mim nada espero, a não ser viver aquele momentozinho de novidade e satisfação. Momento soberbo. Mais nada para além do Carpe Diem, que isso do amor é uma coisa de posse e cobrança; coisa demasiado complicada e geradora de sofrimento.
Amor é a sensação de se estar bem, o desejo satisfeito, a tranquilidade depois da loucura. Amor é fogo líquido a derramar-se na pureza do corpo, liso, limpo.
É amor próprio? Se for, que seja para mim a realização e para o outro o gosto. Que o outro se deixe levar e aguarde, primeiro; e que depois dê de si em igual entrega.
Há coisa mais perfeita?
Ele deixou-se levar e aguardou quase tudo. E eu, lambendo o mel do seu corpo, revisitava a juventude passando-a para mim. Era de silêncio a dádiva, não fosse a consciência acordar e pôr-se a cobrar ousadias.
Ah Fausta Paixão! Será possível olhar para o grisalho dos outros cabelos depois disto?

7 comentários:

Marta disse...

Fausta, minha querida, a menina tem os textos muito bem-dispostos :)
E deixei lá no meu planeta uma listinha, curta, é certa, mas com qualidade. Digo eu, assim, de repente :)
mas a bruxinha, és tu!

Fatyly disse...

Só tu me fazias rir desta forma...e que rico cú, desculpa...traseiro:))))) que por vezes nos refrescam as bistas.

Parabéns pelo texto escrito com paixão:)

Maria Arvore disse...

É exactamente pelo que dizes que me parece que uma mulher a partir dos 30 devia ter direito a dois homens: um jovem para o "mel" e um "grisalho" para a alma, as discussões filosóficas e para apreciar em conjunto uma refeição que não seja fast-food. ;)

Erecteu disse...

Belo sermão, digno de uma selecta literária

Fausta Paixão disse...

Marta, o que me sugeres é demais... achas que consigo ir tão longe? Nem montada na vassourinha!!!

Fatyly, ri-te, querida, que não perdes nada por isso. A vida é para ser levada a rir... e tu sabes bem disso!

maria, isso dito assim, vai direitinho ao que eu sempre tinha pensado mas nunca tinha dito; se calhar nem sabia dizê-lo! É que a alma às vezes fica tão desconsolada...
mas pronto, não se pode ter tudo!

Erecteu, ben(re)vindo à minha casa. Para os sermões e para outras peças menos moralistas...

mfc disse...

Hummm... acho que somos primos!
No fundo... somos todos muito iguaizinhos!
Que continues a ver bem, ó Fausta!!

Mónica disse...

o cu é fantástico e mais não digo :P