Ufa!
‘tava a ver que o gajo não descolava…
Nem vos digo… tenho os ouvidos cheios de projectos estruturantes, de módulos planimétricos, (os altimétricos guardou-os ele não sei onde, que nada vi que se elevasse em altura suficiente para uma experiência estética de fruição…).
Ainda me soa o conselho que aqui me deixaram os meus visitantes… especialmente aquele que dava uma certa definição de arquitecto...
De facto não posso dizer que o Frank fosse o protótipo do homem pragmático, lá isso é verdade; mas a mim atraem-me os artistas, que querem?!
De qualquer forma também não era inteiramente vidrado na harmonia das texturas e nessas coisas de decoração de interiores: nunca o vi enrolar-se em sedas nem em tules, não!, nada disso. Nem as formas lhe chamavam muito a atenção, o que bastante me desgostou porque eu bem tentei vários esquissos, na esperança que ele soubesse converter a coisa em planos de pormenor mas ele insistia na mais-valia dos encaixes, ou seja, andou a evitar as cavilhas (nem um pregozinho, digo-vos), porque, segundo dizia, as novas correntes artísticas dispensam o ferro nas ligações… é tudo na base do aglomerado e do contraplacado.
Quer dizer, lá me fazia um esboço de vez em quando… e deslumbrava-me mesmo; de outra forma não teria aguentado estes dias todos! Até porque me deu algum jeito aquela visão ecológica que ele apregoava: defensor da sustentabilidade e da reutilização, projectou o encaminhamento das águas da chuva para o autoclismo; depois argumentou que o quarto poderia ser requalificado, ideia que a minha mente esperançosa aproveitou logo: o que eu queria mesmo era rentabilizar o investimento pelo que lhe sugeri a tríade vitruviana como modelo.
Nem vos digo… tenho os ouvidos cheios de projectos estruturantes, de módulos planimétricos, (os altimétricos guardou-os ele não sei onde, que nada vi que se elevasse em altura suficiente para uma experiência estética de fruição…).
Ainda me soa o conselho que aqui me deixaram os meus visitantes… especialmente aquele que dava uma certa definição de arquitecto...
De facto não posso dizer que o Frank fosse o protótipo do homem pragmático, lá isso é verdade; mas a mim atraem-me os artistas, que querem?!
De qualquer forma também não era inteiramente vidrado na harmonia das texturas e nessas coisas de decoração de interiores: nunca o vi enrolar-se em sedas nem em tules, não!, nada disso. Nem as formas lhe chamavam muito a atenção, o que bastante me desgostou porque eu bem tentei vários esquissos, na esperança que ele soubesse converter a coisa em planos de pormenor mas ele insistia na mais-valia dos encaixes, ou seja, andou a evitar as cavilhas (nem um pregozinho, digo-vos), porque, segundo dizia, as novas correntes artísticas dispensam o ferro nas ligações… é tudo na base do aglomerado e do contraplacado.
Quer dizer, lá me fazia um esboço de vez em quando… e deslumbrava-me mesmo; de outra forma não teria aguentado estes dias todos! Até porque me deu algum jeito aquela visão ecológica que ele apregoava: defensor da sustentabilidade e da reutilização, projectou o encaminhamento das águas da chuva para o autoclismo; depois argumentou que o quarto poderia ser requalificado, ideia que a minha mente esperançosa aproveitou logo: o que eu queria mesmo era rentabilizar o investimento pelo que lhe sugeri a tríade vitruviana como modelo.
Não sei se estão a ver! A coisa era simples e até podia envolver um ménage mais completo, mas o estúpido parecia só entender o que muito bem lhe convinha, como se veio a confirmar. Eu a querer ali a imagem masculina a multiplicar-se e a reflectir-se no espelho do quarto e ele a meter o Pitágoras ao barulho com a divindade dos números.
Confesso-vos já ando farta dos gregos: as maiores divindades nem sequer pêlos no peito tinham… onde é que já se viu um gajo de lira na mão a chamar as deusas? Ai Apolo… tens pinta de arquitecto, lá isso tens!
Conclusão: aquilo da venustas estava mais que provado: beleza não lhe faltava, era assim de uma mulher ficar enfeitiçada! Agora a utilitas propriamente dita, essa tinha de partir da firmitas e aí é que tudo se complicava porque ele rejeitava a nobreza dos materiais clássicos por falta de plasticidade. Ora o PVC é coisa de fazer vista mas falta-lhe aquele toque fino, falta-lhe proporção, volume…e a textura é de um desconforto arrepiante à vista. Quer dizer, em último caso, não havendo mais nada, serve. Mas eu tinha ali um homem dos mais belos que já conheci, cheio de técnicas que afirmava serem sustentáveis, com formação académica nas formas, nos ritmos, nos desfechos harmoniosos…
Será que era tudo influência daquilo que é o mais comum na nossa arquitectura que é a ostentação das fachadas? É que a correspondência entre o exterior e o interior… eu não dei por ela!!!
Para quem dizia que a arquitectura é música petrificada…
Música, sim! Musiquinha da mais minimalista, que nem uma flauta, nem o toque de uma harpa dedilhada com mestria…
Funcionaste tu?
Pois ele também não!!!
Na verdade tudo se ficou pelos projectos.
Obra feita – zero!
Se calhar qualquer Vasco Nabo especializado em materiais mais toscos e nos "há-des ver" orgulhosos e persistentes, era capaz de conseguir chegar mais alto, mesmo sem trazer os andaimes.
Confesso-vos já ando farta dos gregos: as maiores divindades nem sequer pêlos no peito tinham… onde é que já se viu um gajo de lira na mão a chamar as deusas? Ai Apolo… tens pinta de arquitecto, lá isso tens!
Conclusão: aquilo da venustas estava mais que provado: beleza não lhe faltava, era assim de uma mulher ficar enfeitiçada! Agora a utilitas propriamente dita, essa tinha de partir da firmitas e aí é que tudo se complicava porque ele rejeitava a nobreza dos materiais clássicos por falta de plasticidade. Ora o PVC é coisa de fazer vista mas falta-lhe aquele toque fino, falta-lhe proporção, volume…e a textura é de um desconforto arrepiante à vista. Quer dizer, em último caso, não havendo mais nada, serve. Mas eu tinha ali um homem dos mais belos que já conheci, cheio de técnicas que afirmava serem sustentáveis, com formação académica nas formas, nos ritmos, nos desfechos harmoniosos…
Será que era tudo influência daquilo que é o mais comum na nossa arquitectura que é a ostentação das fachadas? É que a correspondência entre o exterior e o interior… eu não dei por ela!!!
Para quem dizia que a arquitectura é música petrificada…
Música, sim! Musiquinha da mais minimalista, que nem uma flauta, nem o toque de uma harpa dedilhada com mestria…
Funcionaste tu?
Pois ele também não!!!
Na verdade tudo se ficou pelos projectos.
Obra feita – zero!
Se calhar qualquer Vasco Nabo especializado em materiais mais toscos e nos "há-des ver" orgulhosos e persistentes, era capaz de conseguir chegar mais alto, mesmo sem trazer os andaimes.
13 comentários:
Será que era tudo influência daquilo que é o mais comum na nossa arquitectura que é a ostentação das fachadas? É que a correspondência entre o exterior e o interior… eu não dei por ela!!!
Fartei-me de rir:):):):) e mais uma peça do xadrez borda fora!
Gostei!
Oh filha, deixa-te de cânones.
Esse gajo já não se livra de academismos.
No meu deambular matinal neste universo, eis que encontro um cantinho bem insteressante.
Voltarei se possivel fôr, assim o tempo mo permita
P.S: Não sou arquitecto. :)
ó filha eu bem te disse que não valia a pena o tempo que andavas a perder.
ass. asdrubaltudobem o verdadeiro artista.
Tenho passado por aqui...
O problema é que o rapaz em questão é pós-moderno; há mais vida para além do contraplacado e do PVC...; e como todos(?) sabemos, "...com os pós modernos, nuca ganhamos, mas também nada investimos...".
Procure um arquitecto mais telúrico,que goste de ir às obras e de mãos na massa.
Esta "classe" está pelas ruas da amargura...
FA-BU-LO-SO!!! Parabéns Fausta, desculpa lá sei que a ocasião não é para festas mas sempre te fica o agrado de um texto fantástico!
Querida Fausta!
Cada vez melhor! Estes teus delírios com as sub-criaturas (eheheheeheh!!!!!!!) são cada vez mais deliciosas!
Bjicos anchos
É que não tenhas a menor dúvida!
Estas modernices de se querer arquitectos para tudo...é que não dá mesmo!
Tenho lá na terrinha uma casa que ainda hoje não estava em cima se não fosse o Zé mestre d'obras que com uns risquinhos, com aquela mão hábil, lá levantou a senhora... quer dizer, a casa!
AH Fauta, Fausta!
Então foste logo escolher um minimalista? tu não vês que esses são só fachada e que os interiores...népia, quase não existem? Nada de formas, só rectas paralelas e verticais.
Beijinhos
Ps mudei a assinatura de mfba para marta o meu nome.
Fausta, é uma tristeza mesmo. Estamos em tempos de acabamentos refinados para esconder estruturas cheias de defeito! O que te vale é que o mandas às urtigas em dois lances de escadas___ que é como quem diz rapidinho!
Vocemecê só se embeiça por gajos complicados. Deixe-se de artistas porque aquilo é tudo adereços que só servem para enganar a vista! Eu cá tenho outros gostos. Venha ver! Ao menos anda tudo à mostra. Ai ,desde aquele dia em que me disinquietou nunca mais tive sossego, caramba!...
Depois deste artista de esboços, talvez tentares um escultor. Costumam pôr mesmo as mãos na massa para esculpir. ;)
ai oh valha-me deuzzzzz.....
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