Começou, pois, por me massajar os pés para aliviar o entorse. E ainda bem que pôs gelo, porque a massagem tem sempre propriedades caloríferas e a temperatura ia subindo...
Não sei se achou graça à história que lhe contei sobre a causa das dores; ficou muito sério. Provavelmente não viu o filme, foi o que eu pensei. Massagistas e poetas não têm muito a ver, dada a natureza das funções. A mente e a mão, embora associadas em muitos aspectos, ali não mostravam ser gémeas, mas que a mão era valente disso eu não tinha dúvida. E grande!
Mandou-me deitar de costas e percorreu-me a coluna, da lombar à cervical, com os nós dos dedos, de baixo para cima. Deslizava sobre o óleo que me derramou na pele e sentia-se o cheiro do incenso que deixou a arder sobre a bancada.
A seguir trabalhou-me os grandes dorsais em movimentos circulares. Senti as mãos subirem para a cervical de onde fazia deslizar os dedos com suavidade até à nuca. Creio que adormeci. E ele ali a esmerar-se. Tanto que deve ter-me posto noutra posição porque acordei com as suas grandes mãos sobre as virilhas e abri os olhos de espanto. Disse que estava a fazer drenagem linfática massajando as safenas e eu acreditei, deixando-o drenar mais um pouco. Há ali uma zona, como sabem, entre o costureiro e o tensor de faixa lata, na intersecção com o recto do abdómen, em que a passagem das mãos e a pressão dos dedos provoca um aquecimento especial pelo que dei comigo a transpirar. Devo ter-me contraído um pouco, porque o que a seguir senti foi uma palmada no glúteo, para me facilitar o relaxamento, disse ele.
Depois começou a explicar-me a necessidade de alongar toda a musculação para evitar os problemas do encurtamento. Elucidou-me sobre a musculatura, em geral, exemplificando sempre e finalmente passou às técnicas especiais de amassamento para estimular pontos-chave, seguida da reflexologia para o fornecimento suplementar de energia e a dissipação dos bloqueios. Não é que eu me sentisse bloqueada, nada disso. Porém, foi nessa altura que a minha entrega nas suas mãos foi integral.
sábado, abril 15, 2006
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9 comentários:
Então a mente e as mãos normalmente andam associadas??!!
Sim senhor... gostei dessa!
ai as massagens, as massagens...tem muito que se lhe diga!
Entregáste-te quando lhe sentistes a mente nas mãos?... ;))
Adorei a inclusão dos termos técnicos nas zonas que nos fazem suar.
E não deveriam ter todos os homens um curso de massagista? ;)
e dizes tu que "não compreendo os homens"! Gostei muito, sobretudo dos termos técnicos e afinal "integral" era n'outro contexto! Isso não foi "Relaxamento" foi um spa à maneira!
Aquilo da drenagem linfática parece ser agradável. E vou começar a dar palmadas no glúteo, mas primeiro tenho que descobrir onde é que isso fica. Cada vez que cá venho, enriqueço o meu vocabulário.
vejo que ficaste relaxada com essa massagem "tudo incluido"!
hás-de dar-me o contacto do massagista, pode ser que assim as Termas comecem a ter outras valências para os utentes do sexo feminino.
Já experimentei vários tipos de massagens e de facto é o melhor. A única que até hoje me conseguiu relaxar completamente e fazer sentir andar a voar, foi a massagem miofascial que de massagem tem pouco, aliás parece que nem sequer te estão a fazer nada...no entanto foi aúnica que me levou ao relaxamento total.
Ó desconhecida, vem cá explicar como é, estou interessadíssima.
isso da dissipação de bloqueios tem que se lhe diga...
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