Eu sei que os anos vão passando e que as oportunidades vão fugindo. Miúdas há-as por aí de toda a espécie e o apelo é forte – tivesse eu vinte anos e já tinha mandado gravar uma tirinha de línguas de fogo em tons de azul ali mesmo acima das nádegas para poder usar calcinhas de cintura descida. Assim, tenho de esperar que a dieta da seiva de pinheiro faça efeito para vencer os cinco quilos que se acumularam nas coxas. Resistência heróica a dos quilos, diria mesmo; já ando a ficar sem paciência para resistir às coisitas doces que me apoquentam o serão.
É por isso que, mesmo valorizando a literatura, a poesia, a escultura contemporânea e os blogs, que uma mulher deve ser culta, tenho uma feroz preocupação com a minha imagem. Gabinete de estética, massagens, mesoterapias, dietas férreas e caminhadas pelos circuitos de manutenção de todos os parques da cidade, roubam horas à minha vida e cobertura ao meu cartão; mas esta parte não é para desenvolver que o tempo vai mau para histórias deprimentes.
É por tudo isto que não perdoo ao Fábio ter atirado com aquela frase no final da noite, depois de o ter levado a jantar e de termos dançado, em ambiente ameno, até de madrugada.
É claro que os seus vinte e seis anos lhe permitem uma resistência que eu já não tenho, mas de aparência, diz ele, nada a apontar. Então se não há nada a apontar por que me faz ainda eco a frasezinha com que se despediu pela manhã, enquanto apertava o botão das jeans junto ao corpinho escultural que deus lhe deu e se preparava para voltar a casa dos pais:
“Deve ser da idade” – disse ele.
Meu amigo, o blusão de couro vem recambiado e o resto vamos a ver.
Ó se vamos!
F.P.
É por isso que, mesmo valorizando a literatura, a poesia, a escultura contemporânea e os blogs, que uma mulher deve ser culta, tenho uma feroz preocupação com a minha imagem. Gabinete de estética, massagens, mesoterapias, dietas férreas e caminhadas pelos circuitos de manutenção de todos os parques da cidade, roubam horas à minha vida e cobertura ao meu cartão; mas esta parte não é para desenvolver que o tempo vai mau para histórias deprimentes.
É por tudo isto que não perdoo ao Fábio ter atirado com aquela frase no final da noite, depois de o ter levado a jantar e de termos dançado, em ambiente ameno, até de madrugada.
É claro que os seus vinte e seis anos lhe permitem uma resistência que eu já não tenho, mas de aparência, diz ele, nada a apontar. Então se não há nada a apontar por que me faz ainda eco a frasezinha com que se despediu pela manhã, enquanto apertava o botão das jeans junto ao corpinho escultural que deus lhe deu e se preparava para voltar a casa dos pais:
“Deve ser da idade” – disse ele.
Meu amigo, o blusão de couro vem recambiado e o resto vamos a ver.
Ó se vamos!
F.P.
5 comentários:
Olá, é a primeira vez que aqui venho.
Li os textos e gostei muito!
Bjs
mais uma coisa... tomei a liberdade de "te linkar" no meu blog, espero não haver problema :-)
bj
Ola!
Vim aqui parar por acaso... nem sei como. Mas adorei os teus textos e vou voltar assiduamente! É que partilho as tuas duvidas... tambem nao compreendo os homens...
Abracicos!
Isso, dá-lhes com força... com o blusão e tudo o mais! Mas qu'é isto? Querem Marisas Marilyns Bellucis todo o tempo! Que vão comer massinhas!
E tenho muito mais para contar...
Obrigada pela compreensão.
F. P.
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