terça-feira, outubro 11, 2005

Lino

Noutros tempos combatiam os homens por verdades de fé, transportando consigo os símbolos em estandartes que exibiam sob os céus das suas convicções.
Cruzadas as espadas, ensanguentados os símbolos, permanecia a crença.
É de cruzada que falo quando digo paixão.
Paixão de vestes roxas, alma em chagas de cada vez que baixo as armas, convencida de estar à porta do edifício mais sólido, disposta a dar tudo pela aposta na fé. Sei que tudo o que existe se transforma em pó. Assim tem sido com cada um dos homens que passam pela minha vida. Não eles, mas a aposta, ou a fé, ou os sons do piano, ou as páginas dos livros, ou as promessas. Não as deles, mas aquelas que eu idealizo, que eu suponho ouvir nas suas palavras, cruzadas com as minhas.
Nada foi verdade. Ou nada permaneceu.
Dividir um grão de pó ao meio, façanha científica ou êstase religioso, seja lá o que for o desafio, é coisa de engenharia espiritual. E dela resulta uma transcendência materializada num ser de formação técnico-mística que me encantou com a sua escrita colorida - Lino Centelha.
Aqui lhe presto homenagem.

F.P.

4 comentários:

Diolindinha disse...

Tenho de ler isso com mais tempo. Mas olhe, não desanime...

Bom fim de semana

Fausta Paixão disse...

Acho que me vou dar bem com esta vizinha.
Grata.
F.P.

Maria do Rosário Sousa Fardilha disse...

se o Escritor Famoso sabe, Fausta Paixão! :)

Perola Granito disse...

:o)