quinta-feira, junho 11, 2009

Errar é humano? ou a culpa é das máquinas?


Cada dia que passa mais me vou convencendo de que o melhor estado para uma mulher é o estar sozinha. Eles acabam sendo uns emplastros, deus me valha, que o vigor com que atacam a carne não compensa as dores de cabeça.
Como foi? Eu conto.
Apesar de ser uma criatura das matemáticas com uma realidade baseada em raciocínios frios e complexos, o Alberto chegou-me com falinhas mansas a olhar-me de cima, como se eu fosse ignorante das estruturas da arquitectura informática. Ele sabe-a toda, pensei logo no primeiro contracto; porém, os atributos sensíveis à execução aqui do “je” foram desenhados há já muitos anos e para conhecer o funcionamento interno de uma mulher ainda falta muito aos homens.
É que a mim a gestão de equipamentos nunca me passou ao lado. Programar é coisa que faço com uma perna às costas e a electrónica digital é cá das minhas há muito, muito tempo, na falta de sistemas de processamento ou mesmo quando o volume dos dados é escasso.
Ele veio-me com aquela capacidade de raciocinar de uma forma lógica e estruturada, definindo pressupostos, estabelecendo etapas, querendo tirar conclusões numericamente fundamentadas, mas quem fez a avaliação dos resultados fui eu, cansada já da conversa das competências.
Aquilo de montar os chips, depois de conceber o modelo não é a melhor abordagem e o vício das máquinas torna os homens peças simples de uma qualquer linha de montagem. E eu, que monto bem qualquer engenho, não deixo de ser exigente com a autenticidade dos elementos. Por isso é que me enfastiou aquela sequência de instruções que não visavam mais do que tornar-me um simples processador. Ainda por cima com exigências de garantia de satisfação. Era fazer login e zás, a coisa dava-se! Era bom que as mulheres andassem ali na casa dos GHz e pudessem processar centenas de milhões de instruções por minuto, não era? Mas para isso, no mínimo, era preciso que partilhássemos os mecanismos de comutação, meu anjo, porque os circuitos de apoio, mesmo estando na motherboard, carecem de conectores adequados.
O mínimo erro custa milhões, dizia ele. Mas meu querido Alberto, bem sei que errar é humano; por isso é que de futuro vou optar por contratar software pronto.

16 comentários:

Larose disse...

software é do melhor!

Mushu disse...

prefiro hardware que software

mixtu disse...

nunca confies nos homens, e então nos gajos da informatica... raciocinios frios e complexos...

abrazo serrano

agoraqui disse...

Ah! Ah! Só que não há hardware sem software, nem software sem hardware! Quer dizer, um não funciona sem o outro!

Anônimo disse...

GOSTEI POR DEMAIS SEU BLOG, TECLAR COM VOCÊ COM CERTEZA SERIA UMA PREMIAÇÃO EXPLENDIDA. ME ADICIONE NO ORKUT. CANTZONI@GMAIL.COM.
PARABÉNS! ATÉ MAIS.

mfc disse...

Olha que às vezes (só ás vezes...) a aculpa é do hardware...!

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Um Emplastro

-pirata-vermelho- disse...

'Carnes duras e peles macias e nunca o contrário', declarou um dia um investigador de Poughkeepsie. Não é divagação, D. Fausta... eu ouvi!

Só não sei como ligar a afirmação dele aqui, ao seu discurso de contratante soft.

joaninha disse...

Adorei!
só tu e teus escritos para me rir, quando nem posso respirar fundo... a dor é de morte.... podia ter sabido antes que um software novinho poderia evitar esta "facada" tão grande...
Vou indo minha querida. Continua com as tuas ironias que são o máximo.
Mil beijinhos de carinho

António J. F. Raimundo disse...

como utilizador de pc's, como homem,tenho um problema, por mais exuberante que a embalagem se apresente, só os conteúdos me surpreendem ... como não uso regras definitivas nem morais de grupos ... governo-me pelo caos ... por isso a minha motherboard não compreende nem mulheres nem homens ... processa não tendo necessidade de compreender, mas sempre com ingenuidade que me impede de catalogar grupos, tais como as mulheres ... sei de pequenino que os lugares comuns e o racismo e o "racismo" não me levam a lado nenhum, sobretudo áqueles onde já estive e áqueles onde virei a estar

José Leite disse...

Há emplastros macios, ternos, tentadores... Preciso é saber procurá-los...

José Leite disse...

Será uma machofobia aguda crónica?!

Isso cura-se...

Fausta Paixão disse...

rouxinol, não é machofobia. Deve ser uma questão de não encontrar o homem certo.
Ou... será que não existe o homem certo!!!

Pedro Bom disse...

eu sou do blog inverso... :)
Perceber a mulher

m disse...

Fausta,

Parabéns pelo blog!
Quanto ao homem certo, quero acreditar ainda assim na sua existência mesmo que uma vez por outra estejamos bem cientes que poderão ser atacados por um vírus ou outro. Não seriamos nós mulheres uns fabulosos Mac e os homens um meros Pc's que se deixam penetrar por qualquer buguezito que aparece. Fáceis, fáceis...

Até breve.
m

Silenciosamente ouvindo... disse...

Pois é confiar em homens e nos
da informática é muita coisa
junta.Foi um prazer estar aqui.
Saudações

Anônimo disse...

Comentario tecnicamente muito bem formulado. Adorei a ironia!
Sou mulher, claro looool
....mas ainda assim ainda nao perdi a esperança, quem sabe caiam aí alguns extra terrestres melhor programados para compreeder as mulheres?;)