
Prometeu que me iria arranjar um programa especial de educação alimentar. Teria de planear ementas e ajudar-me a optimizar a relação custo/qualidade porque, dizia ele, comer bem é fácil e não custa caro.
Ora é sabido que sou uma mulher de alimento e que nunca tive queda para a cozinha; por isso e porque ele era um pão bem encascado, veio-me à ideia que a ementa poderia levar brinde. Ouro sobre azul, um homem que finalmente me alimentasse de maneira saudável, de manhã à noite, aliviando-me das porcarias tipo
fast food que como por aí e que depois me deixam o corpinho numa lástima.
Cedi à experiência e marcamos logo a sessão prática. Foi aí que ele agiu: olhou, pesou, mediu, calculou, … e depois disse que o IMC estava alto e que era preciso ter muito cuidado com a boca.
Ora eu, que sou e sempre fui mulher de muito alimento, fiquei deveras preocupada. Não me pareceu que fosse coisa fácil, mas pronto, estava por tudo!
Para começar estipulou que teria de evitar a as entradas; depois colocou-me à frente um prato com duas rodelas de milho tufado, metade de uma nós e um queijinho fresco deslavado. E disse que, como era a primeira vez, poderíamos ainda usar a banana e o mel. Já eu me lambia, de olhos arregalados quando percebi que aquilo era tudo menos o que parecia: foi quando o vi deixar escorrer meia colherzita de mel sobre a amostra do dito fruto, que colocou com profissionalismo no meu prato.
Mas pior ainda foi vê-lo colocar o aparelho de
step ao lado da mesa e sentar-se à espera, de balança na mão.