Eu sabia que me estaria reservada uma surpresa para o dia de natal.
Foi como num destes finais de ano em que me prometeram um anjo para o dia seguinte e eu não acreditei: pois ele veio, sim senhor e logo me foi encontrar desgrenhada, ainda em pijama e com as ruguinhas todas acentuadas pela noite de insónia. E veio carregado de tâmaras e passas de uvas. É claro que eu já estava bem enjoada dos excessos da véspera, mas o desígnio cumpriu-se. Vinha tudo um pouco amassado da viagem mas não teve importância, foi o suficiente para ter a certeza de que sou uma mulher com dias de sorte. Pena serem poucos, mas bem pensado, aquilo do outro dia sobre uma queca e um aquecer de pés… a conclusão não foi lá muito vantajosa para o aquecimento global; talvez uma aquecidazinha de vez em quando seja quanto baste para ser bom, porque há uma diferença entre o “até logo” e o “anda cá”. Um “anda cá” parece-se com uma corda e uma mulher não pode ceder a prisões, sob pena de não ter mais nada quente até ao fim da vida senão os pés.
Foi boa a surpresa. Não me lembro de ter vivido antes um momento assim (mas a gente nunca se lembra; quando corre bem esquece-se tudo o que está para trás). É certo que no dia 22 de Dezembro as coisas não correram mal para o meu lado, mas foi aquela cena da obrigação de contribuir para a paz, quase como quando nos metem na mão um saco, à entrada do supermercado, para contribuirmos para o banco alimentar. A gente dar, dá; e até gosta de ajudar os mais necessitados, mas há dias em que quem necessita somos nós!
Pois foi isso, foi assim uma cena entre o “até logo” e o “anda cá”, uma coisa que satisfez a necessidade de ajuda alimentar mas sem ser aquele arroz carolino do costume ou a massinha de pevide ou a sardinhazita em conserva.
Como é que eu posso explicar? Assim uma coisa situada entre um tronco de natal bem trabalhado e um “mon chéri”, que tem de se meter todo na boca para não ficar a escorrer pelos lábios. Coisas que só se comem em certas alturas.
Depois fiquei na paz dos anjos e, ao acordar, percebi que ele deixara na mesinha de cabeceira um pequeno livro com o retrato de Afrodite na capa.
Foi como num destes finais de ano em que me prometeram um anjo para o dia seguinte e eu não acreditei: pois ele veio, sim senhor e logo me foi encontrar desgrenhada, ainda em pijama e com as ruguinhas todas acentuadas pela noite de insónia. E veio carregado de tâmaras e passas de uvas. É claro que eu já estava bem enjoada dos excessos da véspera, mas o desígnio cumpriu-se. Vinha tudo um pouco amassado da viagem mas não teve importância, foi o suficiente para ter a certeza de que sou uma mulher com dias de sorte. Pena serem poucos, mas bem pensado, aquilo do outro dia sobre uma queca e um aquecer de pés… a conclusão não foi lá muito vantajosa para o aquecimento global; talvez uma aquecidazinha de vez em quando seja quanto baste para ser bom, porque há uma diferença entre o “até logo” e o “anda cá”. Um “anda cá” parece-se com uma corda e uma mulher não pode ceder a prisões, sob pena de não ter mais nada quente até ao fim da vida senão os pés.
Foi boa a surpresa. Não me lembro de ter vivido antes um momento assim (mas a gente nunca se lembra; quando corre bem esquece-se tudo o que está para trás). É certo que no dia 22 de Dezembro as coisas não correram mal para o meu lado, mas foi aquela cena da obrigação de contribuir para a paz, quase como quando nos metem na mão um saco, à entrada do supermercado, para contribuirmos para o banco alimentar. A gente dar, dá; e até gosta de ajudar os mais necessitados, mas há dias em que quem necessita somos nós!
Pois foi isso, foi assim uma cena entre o “até logo” e o “anda cá”, uma coisa que satisfez a necessidade de ajuda alimentar mas sem ser aquele arroz carolino do costume ou a massinha de pevide ou a sardinhazita em conserva.
Como é que eu posso explicar? Assim uma coisa situada entre um tronco de natal bem trabalhado e um “mon chéri”, que tem de se meter todo na boca para não ficar a escorrer pelos lábios. Coisas que só se comem em certas alturas.
Depois fiquei na paz dos anjos e, ao acordar, percebi que ele deixara na mesinha de cabeceira um pequeno livro com o retrato de Afrodite na capa.
18 comentários:
pau de cabinda? já não se usa, agora.
é mais viagra, cialis e levitra, hipersex e yomba oro.
loool
então sempre existe???
mas Lúcia, Natal é Natal e há coisas que têm de se fazer como manda a tradição. De qualquer forma os meus leitores vão agradecer-te a informação tão profissional que aqui deixaste.
entrementes a coisa aconteceu... pois parece que sim, acho mesmo que foi tudo real, embora me parecesse etéreo.
Grande verdade a do "anda cá" e do "até logo". É a diferença entre a obrigação e a devoção. E como até há sacos de gel para aquecer rapidinho no micro-ondas ainda bem que conseguiste uma ceia especial. ;)
Teria sido o Menino Jesus?!
Uiiii... o que para aqui vai!!
ahahahahahah com pau de cabinda e tudo??? elá mulher...acho que sim, deves ter "papado" alguma figura do presépio :):):):):):)
Inédita:)
tu não me digas que foi o burro, fatyly!!!!!!!!!!!!!!!
Ora bem, folgo em saber que o menino sabe compensar as meninas bonitas.
Penitencio-me pela ausência de contributo no tal de 22; se para aí houver mais alguém com peso na consciência, disponibilizo-me para colmatar a falta.
Beijinhos
Eu se mandá-se maizum bucadinho do que mando puribia blós destes ãe que se mestura o papado cuas figuras do perzépio. E já nãe me falo dos ómães não se comprienderãe. O léchico uzado hé aviltrante. Seu me ressebesse isto pro i-male o anti-espame não deichava paçar nada, nãe merdicamentos, nem geles em saco, nem o 22 que cheira-me a cualquer coiza do tipo 69. E depois á o burro. Não hé justo cum animal tão de voto, caté é demucarta námérica, seija achincalhado na prassa púbica. Vou me fazer seguir uma queicha prá porcuraduria geral da repúbica cagora não tá pra brincadeiras e marranja uma enjuíza expessial só pra tratar disto. A bãe da nassão!
Espirituosíssima esta narrativa. E escrita com uma elegância... faustosa (sem ironia).
Ai que isto de relações entre homens e mulheres anda mesmo complicado.
a mim não me tocaou nada logo não me restou mais do que tocar... para poder contribuir para a paz no mundo.
O burro não direi Fausta
mas olha que menino Jesus, mesmo divino...mesmo com o pau de Cabinda....não sei não.
O melhor era ficares pelo são José. É certo que vai precisar mais do que o pau de Cabinda, mas tu sabes do que ele precisa.
Beijinhos
erecteu eu vou tratar do teu caso... e depois mando notícias.
jakim, tu és um "axado"... então a do burro deixou-me sem fala (um animal tão de voto...)p'ra não falar na confusão entre os números. Tu vê se frequentas uns blós dakeles que ensinam essas coisas, vais ao meu sitemetter e clicas. Sabes clicar?
maria_arvore manda um saquito de gel ao Jakin que ele anda a precisar de aquecimento!
alexandre dias pinto (um pinto em forma de gato??)sê bem vindo e aguardo o teu contributo para que se vá desenvolvendo a minha compreensão...
asdrúbal, tocaste onde? não me digas que tocaste o sino, na missa do galo. Tarefa de sacristão, essa!
Ó marta, logo o S. José! Achas que os santos fazem milagres? E p'ra mais os entradões, cheios de problemas na próstata.
O que me ocorre é desejar sinceramente que o Natal seja quando um homem… e uma mulher quiserem. E que queiram!!
ñ era o pai natal disfarçado de prenda de natal... pois não? ;)
Mas olha que é melhor que o pimpolho!
ó mana, olha que ainda se vende, agora em comprimidos que é para ser moderno...
Afinal os Anjos sempre existem...
ei! pq é q o meu comentário ficou anónimo? hum?
Anonymous said...
ñ era o pai natal disfarçado de prenda de natal... pois não? ;)
10:45 AM
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