Eu sabia que bastava um sábado mais ensolarado para a disposição melhorar.
Confesso que já estava farta de estar naquela posição a babar a almofada a fazer olhos de carneiro mal morto.
Bem... mas o que eu venho aqui fazer hoje é falar do Sol. Que o Sol é saudável já todos sabemos; que tem um calor aconchegante, também. Mas que chega a brilhar de noite, aqui a 38º42´N e a 9º11´W é uma coisa que eu fiquei a saber ontem. E digo-vos que o brilho de um Sol nocturno é mil vezes mais brilhante que qualquer outro, sobretudo quando aquilo que aos olhos é dado apreciar antes de outras provas é de tal maneira ofuscante que temos vontade de lhe chamar astro-rei.
Querem que conte?
Jantar à luz das velas, brasas espalhadas por fora e por dentro, que a noite arrefeceu húmida, embora a temperatura se elevasse por si, rótulo engarrafado há tempo suficiente para sentir que o maduro que o provou era de qualidade, empregados solícitos e bem feitos, que os meus olhos não se ofuscaram com o álcool, e, enfim, um prato grande e colorido, sendo isso o menos importante da festa, uma vez que outras coisas igualmente grandes ou de maior dimensão estavam para vir. Ingredientes de começo de noite. Com outros sabores à vista, como adiante vos direi.
Não sei como descrever o envolvimento. Sou normalmente mulher de emoções vivas e espontâneas e é certo que me venho a sair mal com isso desde há muito. Contudo o meu coração não desarma nesta luta pelo encontro daquele homem que tem tudo para encher as minhas medidas.
E não é que o jantarito foi seguido de uma conversa mesmo à medida?
Os meus olhos, treinados no charme depois destes dias deitada a ouvir Ramazzotti e a minha voz, adoçada pelo aroma do tinto, pediam sobremesa.
E o Luís Maduro, bem bebido mas com a sobriedade que caracteriza os bem nascidos, sugeriu-me que víssemos um filme em casa dele.
Eu podia lá dizer que não! Pois se nem sabia já onde tinha estacionado o carro! Por isso estacionei num sofá preto de qualidade e aconchego. A sala estava aquecida e quando me enterrei no cheiro a couro quente senti que se me agravou a tontura. Se não agisse poderia desfalecer. Passei, pois, à acção, qual protagonista que não se quer secundária. E outra tontura, maior ainda, veio logo de seguida, que o Maduro já tinha visto o filme e fez-me o relato completo dos preliminares antes de me deslumbrar com o final mais emocionante a que assisti nos últimos tempos.
E foi longo o filme.
Nada das curtas metragens com que outros mais verdes no desempenho me têm brindado e que muito me desligam do gosto pelas fitas.
sábado, janeiro 21, 2006
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11 comentários:
Já tinha dado conta de que ontem tinhas chegado muito tarde a casa. Agora já percebemos o porquê. O filme foi longo e o realizador, pelos vistos dava bem à manivela.
Aliás, já na linha 26 desse esclarecedor texto, se prenunciava o final do filme, nas reviravoltas traiçoeiras em que a língua portuguesa é pródiga.
Em conclusão:desta vez, tudo nos conformes...
...querias os pormenores, pirata?
quente e pesado
sem pipocas
adivinhei o titulo: "noites escaldantes de janeiro"?
tsstsstsstss
Ai menina Fausta, se me desse umas dicas para eu conquistar a Letícia... mas ela não gosta de vinho.
Não lhe dês vinho, Chulé!!! Depois uma pessoa vê tudo duplicado e já não sabe onde começou e acabou a história. Tem de ser ao natural!
Bom, sendo Luís é-me indiferente, mas o Maduro alertou-me o paladar. É claro que estamos a falar em registos diferentes... e ainda bem!
E notei que este Maduro não teve a sorte dos demais(não foi despachado!)... ainda vamos ouvir falar dele de novo?
Bom dia Faustinha,
...até que enfim que te consolas! Comecava a pensar que escolhias as aves de proposito para dizer mal...
Abracicos!
Ganda maduro! Aturou a Fausta sem ser levar na cabeça.
É sempre assim: para certos maduros venha quem vier é tinto!E elas amoxam logo.
Fausta, escrevi uma coisita a propósito dos teus textos. Espero que não te importes.
Pouco recomendáveis, M., por ser este um lugar de frustrações.
Ainda estou reflexiva, sim, a pensar no efeito dos vinhos sobre a lucidez... porque o normal é tudo amadurecer verde!
pois é as curtas metragens, sabem sempre a pouco...
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