Foi a chuva de hoje que me fez lembrar o Tomaz. Só pode ter sido o efeito da água na memória e da roupinha molhada no corpo. Não sei se consigo desvendar a ligação da meteorologia com o namorado mais efémero de todas as minhas histórias; nem sequer vou tentar aproximações. Só preciso de rascunhar meia dúzia de palavras para poder dormir descansada hoje sem a imagem dos jornais diários a entrar-me nos sonhos.
Meia dúzia é força de expressão; terão de ser trinta e cinco palavras ou trezentos e setenta caracteres, incluindo os espaços. Será que o consigo descrever com tanto esforço de síntese, eu que sou dada às palavras e aos desenvolvimentos?
Estão a ver a coisa (ai, se ele me ouvisse diria, no seu estilo de mestre, com entoação da linha para compor o quadro: “ouça lá!, a-coi-sa-é-a pa-la-vra-MAIS-usa-da-pe-los-por-tu-gue-ses-quan-do-NÃO sa-bem-o-que-querem-dizer!”).
Rapaz esguio, ténis de marca na base, rolex a meio, preso na ganga negligentemente cuidada das calças e brinco no topo afirmando-se discretamente no lóbulo esquerdo. Era assim que o Dr. Tomaz Águas dialogava comigo. Ou antes monologava. Ele era o desentendimento com o chefe de redacção p’ráqui, ele era o índice de penetração p’racolá, passando tudo muito pelo elemento catalizador ou pela visão global traduzida nas questões de referência. Mas tudo Depressa e Claro!
“Diz-me isso em trinta e cinco palavras!”, pedia ele, quando eu lhe pegava nas mãos para uma daquelas prelecções de enamorados que, à minha maneira, iria terminar no calor de um beijo.
Fui, pois, perdendo o entusiasmo. E, num dia de chuva como o de hoje, já muito fartinha de tanto calculismo, à mistura com tanto rigor legal, voltei a colocar todo o lixo na oralidade e fiz manchete de uma sigla obviamente mediática – RTP (raios te partam).
F.P.
Meia dúzia é força de expressão; terão de ser trinta e cinco palavras ou trezentos e setenta caracteres, incluindo os espaços. Será que o consigo descrever com tanto esforço de síntese, eu que sou dada às palavras e aos desenvolvimentos?
Estão a ver a coisa (ai, se ele me ouvisse diria, no seu estilo de mestre, com entoação da linha para compor o quadro: “ouça lá!, a-coi-sa-é-a pa-la-vra-MAIS-usa-da-pe-los-por-tu-gue-ses-quan-do-NÃO sa-bem-o-que-querem-dizer!”).
Rapaz esguio, ténis de marca na base, rolex a meio, preso na ganga negligentemente cuidada das calças e brinco no topo afirmando-se discretamente no lóbulo esquerdo. Era assim que o Dr. Tomaz Águas dialogava comigo. Ou antes monologava. Ele era o desentendimento com o chefe de redacção p’ráqui, ele era o índice de penetração p’racolá, passando tudo muito pelo elemento catalizador ou pela visão global traduzida nas questões de referência. Mas tudo Depressa e Claro!
“Diz-me isso em trinta e cinco palavras!”, pedia ele, quando eu lhe pegava nas mãos para uma daquelas prelecções de enamorados que, à minha maneira, iria terminar no calor de um beijo.
Fui, pois, perdendo o entusiasmo. E, num dia de chuva como o de hoje, já muito fartinha de tanto calculismo, à mistura com tanto rigor legal, voltei a colocar todo o lixo na oralidade e fiz manchete de uma sigla obviamente mediática – RTP (raios te partam).
F.P.
4 comentários:
Bom dia Paixao!
é verdade que as mulheres amam com os ouvidos... mas santa paciencia. RTP... muito bom!
Abracicos!
olha que deste até estava a gostar mas se é ROP, saberás melhor que eu... :)
Métrica no amor?? Nem pensar... ele há cada um!
Pois...RTP...
Luis de Camões para a IV edição? why not. os zarolhos tb fazem das suas ...:lol:
bj
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