sexta-feira, março 30, 2007

a arte de bem cavalgar - lição 1


A quem interessar, que nisto de cavalos não podemos fazer distinção de sexos, deixo aqui recomendações muito importantes que fazem parte da arte de bem cavalgar. (chamo particular atenção a quem teve a ousadia de questionar o meu desempenho...)
Em equitação, como em todas as artes, há indivíduos que nascem dotados de uma habilidade rara e outros que não servem nem para alçar a perninha. Não é que manejar um cavalo seja coisa difícil, mas sempre é mais complicado do que guiar um automóvel ou um avião, digo-vos eu. Mas calma… também é mais emocionante porque estamos a lidar com um ser vivo, dotado de vontade própria, de personalidade e de iniciativa…
É preciso, contudo, usar das máximas cautelas porque eles apresentam muitas manias mas nada que um bom treino não corrija.
Por exemplo as ancas do cavalo são o foco da impulsão, ao mesmo tempo que constituem um autêntico leme que efectua as mudanças de direcção. Ora é preciso ter em conta que a submissão das ancas deve ser pronta e absoluta e deve manifestar-se por uma estrita obediência às pernas de quem monta. Nada de dar abébias porque um cavalo bem ensinado é a base de um bom trabalho. Tendo em conta que o animal não reflecte, apenas procede por associação de sensações recebidas, dizem as teorias que não se deve prescindir de um treino intensivo – montar o dito numa média de pelo menos 3 a 4 horas por dia.
Como vêem, permanecer no arreio é mesmo a única forma de se tornar a coisa numa arte.
É claro que os treinos podem sempre ser realizados com o auxílio de freios equipados com barbelas. É um trabalho de chicote até que o diabo da desobediência seja exorcizado. Usar embocaduras férreas, idealizadas para provocar a dor, pode ser também muito eficaz. Contudo, a moderna equitação, baseada no conhecimento neurofisiológico do bicho, diz que quem monta torna-se parte da montada; por isso são aconselháveis as embocaduras suaves e – confiem em mim – pode-se sempre adestrar o animal sem o levar ao desespero.
Quanto ao trabalho sem estribos, apesar de muito vantajoso apresenta riscos para principiantes. É preciso uma grande dose de confiança e de flexibilidade para poder suportar o trote sem grande fadiga. Mas isso fica para uma segunda abordagem.

Esta minha primeira lição termina com uma máxima árabe que diz que
“o verdadeiro paraíso terrestre reside sobre o dorso de um bom cavalo”.

Vão por mim!!!

quarta-feira, março 28, 2007

equus e tal...

imagem gentilmente roubada a uma Diva

Ah! Virgem Santíssima, Jesus Cristo, São Teófilo, Santo Eliotério, São Cristóvão, São Judas Tadeu, São Brás de Alportel e Santo Tirso, São Mateus e Santa Maria da Feira...

...o que eu te fazia se te apanhasse meu cavalo!!!


sexta-feira, março 23, 2007

Vegetais e afins




A mim o que me apetecia era um bife do lombo, espesso e a transbordar de natas; ou comida alentejana… um chouriço assado para abrir a sessão, uma febras de porco preto… um naco na pedra… qualquer coisa de carnal, suculenta, proteica, substante!
Mas ele insistia no vegetariano… dizendo que só assim se conseguia manter o corpo são e a mente pura.
Ora o corpinho saudável não era coisa de desprezar, mas aquilo da mente soava a roupa demasiado lavada… assim tipo lençol de hospital, e para asséptico já chegara a experiência de um tal Ângelo de mãos esguias.
Não, não me apetecia ficar-me pelas cenouras, nabos e folhas de couve… com aquele intragável arroz branco, mesmo que fosse aromatizado com ervas e limão. A ideia dos tomates secos ou das beringelas engelhadas tirava-me a pica toda.
Bróculos? Oh deuses… o que é que uma mulher faz com um molho de bróculos marinados? E cebolinho? Valha-me deus, que coisinha fina!
Ele que vá saltear os vegetais para a casinha da mãe, que essas que têm muito orgulho na saúde dos seus rebentinhos, mesmo que eles já tenham apagado as quarenta velas de aniversário.
Não tenho paciência para as ervinhas de cheiro!

Paixões?
Que grandes enganos!!!




quarta-feira, março 21, 2007

Ai Primavera... de novo!


Em tempos idos escrevi aqui uns versos brincalhões mas depois
especializei-me nas rimas e na métrica até me sair das unhas um soneto,
que é coisa feita quase a martelo, por causa da cadência.

Ei-lo.

Gosto de te sentir quando amanhece
Teu corpo no meu corpo, docemente
Desfrutemos, amor, este presente
Esta doce ventura que enternece.

Assim pousado em mim, teu corpo oferece
O instante da loucura permanente
Colados, tu e eu, num beijo ardente
Seremos, meu amor, bendita prece.

Mantém as tuas mãos junto de mim
Que eu quero em teu carinho enlouquecer
Não digam que é pecado amar assim

Depois de te beijar, de te morder
É louca a sensação de não ter fim
E é longo o teu gemido e o meu prazer.

… e é por hoje ter sido Primavera que me apetece editá-lo de novo.
Se estou a florear? É bem possível, mas como há dias confessei, estou apaixonada: só o estado da paixão é que nos faz escrever coisas assim… ou não é?

domingo, março 18, 2007

Em Formação


Aprendi umas coisas, podem crer.
Há lugares do mundo em que se aprendem coisas giras...
Hoje estou cansada de tanta formação; deixo os detalhes para depois...

... mas as massagens foram boas... ai se foram!!!




domingo, março 11, 2007

Ai Primavera!

violas cornutas

Dia suculento para passear pelo campo e repetir os nomes das florzinhas e dos arbustos em que se tropeça sob a hipnose da satisfação.
Até aos narcisos, espontâneos por sobre o tapete verde, eu perdoei a vaidade porque as violetas violas, como ele me ensinou – acompanhavam-nos, na sua modéstia, como se dissessem que aos homens esses pequenos defeitos são permitidos sob a nobreza da nossa tolerância feminina.
Amor secretamente escondido no amarelo das acácias, romance nas azáleas, graça na flor do jasmim, cujo cheiro enche a mata de delicadeza.; satisfação plena depois de conhecer a mangifera, especialmente aquela que ele me mostrou no canto mais recatado do bosque. Nada, mas nada se assemelha àquela maravilha do mundo. Talvez só a boca-de-leão, mas em complemento.
Quando ele me pôs na mão um lírio, baixei-me e colhi uma papoila. Onde dizes pureza eu digo sonho, pensei e disse-lho com os olhos. Ou papaver rhoeas, pensei cá para comigo, agora na posse de todos os nomes, embora aquilo de papar com os olhos fosse metáfora ultrapassada depois do trifolium exercitado em pleno bosque.
Não me esquecerão mais as tâmaras, Phoenix dactyliferas, de grande impacto na redução das angústias, melhores do que qualquer raiz de valeriana, não obstante me agradar sempre mais o raizedo aprumado: se o queremos conhecer é fácil… basta ir na direcção do terminal e nada de ramificações pilosas a perturbarem a pesquisa.
Açafates, esporinhas, angélicas, eufórbias… sim, mesmo as eufórbias, tirando a pulcherrima, que à conta de se armar em boa, larga aquela seiva leitosa que é veneno para qualquer pele sensível.
Mas… depois disto… até mesmo uma viola cornuta.

Agora … tanto faz ... já valeu a pena!


terça-feira, março 06, 2007

as minhas visitas


Pois tenho muito gosto em receber no meu sitemetter visitas de todos os credos e religiões e apraz-me ainda mais responder às excelsas dúvidas que trazem por cá gente de longe…


Para quem interessar:

mulheres de grandes grelos – não comento...
treino para exercitar e engrossar o pescoço – eu conheço várias maneiras, mas uma
delas também engrossa a língua, quer experimentar?

Pão faz mal ao intestino – pois isso depende da maneira como o come…

Vassourinha integral – é para ver se há ou quer comprar?

Homens frios – vira p’ra lá essa boca…

Anatomia externa da mulher não virgem – ah… isso é como procurar agulha num palheiro, pois não me consta que haja marcas externas visíveis… para isso tem de procurar debaixo da palha.

Homens lindos de pau de fora – bem… ou são lindos ou têm o pau de fora, as duas coisas numa não será pedir muito?

Os mais belos cacetes – aqui não costumamos ter essa visão estética; aqui tudo serve desde que funcione, mas se é caprichoso(osa) posso convocar uns amigos meus para uma sessão ao vivo.

e agora... deixo-vos com estas buscas... se puderem respondam, que a mim já me vai faltando a inspiração.

Fetiches roupas femininas

Cadeira erótica de dentista

Blog de homens

Enrabar

Lengalenga da pata

Quais os exercícios que são para perder quadris

Semana ecunomica

Pk os homens são calados

Tudo gostoso nos homens


Mas para que saibam que este blog é muito bem frequentado, aqui vos deixo o texto do último email que recebi.
E... em jeito de consultório sentimental e porque estou indecisa sobre se devo ou não responder... muito grata ficaria se pudesse contar com os vossos conselhos.


"Oi, Depois de dar uma volta pelo teu blog, e uma vez que tal como tu, gosto deabordar o tema sexo de um forma frontal, natural e com jogos de sedução... pensei... Hummmm será que vale a pena enviar um mail!!! Não... isto deve estar cheio de tarados a enviar msg não me vai ligarnenhuma!! Mas como o não é sempre garantido, resolvi tentar. Não vou adicionar o teu msg até porque acho que seria um abuso da minha parte. Fico antes a aguardar uma resposta... tenho uma amiga que gostaria de uma conversa a 3 no messenger. Beijo. Joao"

livros

Há uma amiga minha que anda sempre na crista da onda, a Vague.
Por isso é que andou para aí a desafiar o pessoal para escrever
um texto de cinco linhas com títulos de livros.
É claro que eu ando bué ocupada com outras folhas mais vivazes, mas nos intervalos ainda me sobra tempo para umas "perninhas".




O erro de descartes foi nunca ter estado no vale da paixão a fazer a ronda da noite; não interiorizou a arte de amar nem o conhecimento do inferno e foi pena porque o tempo, esse grande escultor, acaba sempre por nos mostrar que no jardim sem limites, quando andam gaivotas em terra, consegue-se meter agradavelmente um diabo no paraíso e isso é a verdadeira obra ao negro, sortiégio pelo qual se chega ao dia dos prodígios.



sexta-feira, março 02, 2007

a floresta (quase) encantada...


Ainda estou meio atordoada com a conversa do Juventino Carvalho. Prometeu levar-me a ver as piceas, mas que acautelasse os pelos esparsos das do Norte, que os raminhos eram jovens. Adoro coisinhas que, não obstante serem tenras, têm os gomos pontiagudos, mas mesmo assim sugeri-lhe um exemplar mais robusto, dado que a minha energia estava em alta, pois com tantos dias secos fazia-me falta espairecer entre os troncos. Aquela pinha romboidal de ápice truncado não fazia as minhas delícias.
Levou-me então em direcção à picea orientalis, cujos ramos densamente peludos já faziam alguma vista. De facto engracei com as pinhas oblíquas, levemente apupuradas, de escamas arredondadas. E nem vos digo o meu entusiasmo quando me falou na casearia gossypiosperma . O quê? Sim, o pau-de-espeto! Mas aqui na mata, perguntei-lhe? Humm, talvez só no Brasil, mas da parte teórica sei tudo…
Não, por favor!, teoria não, ao menos mostra-me o cupressus , o massaroco, o buxo, o choupo-negro, o ranúculo, o piorno, mas nada de plantas prostradas, só daquelas de haste carnuda e de caule lenhoso, que eu sou adepta da biodiversidade mas tenho as minhas preferências! Coníferas? Ora essas não! nem as angiospermas nem as púnicas, por amor de deus. Femininas só as phoenix.
O Juventino, que conhecia bem a dinâmica da floresta, esmerava-se para que o uso dos produtos não implicasse a sua exaustão. Dizia-se adepto do desenvolvimento sustentável e por isso era preciso espetar muitos troncos. O mundo não pode acabar, dizia ele.
É claro que não, muito menos agora que estamos rodeados da natureza viva!
Que mundo aquele!
A qualidade da matéria-prima envolvente merecia um processamento a condizer por isso quando ele me perguntou se a minha corola preferida era das personadas, com limbos divididos em dois lábios, disse-lhe: alto lá!, então a definição de arvore não é a de uma coisa permanentemente lenhosa e de grande porte? Então para quê andar com rodeios?
Para mim a questão tinha mais a ver com a conexão entre o caule e a folha: se fosse caduca estava excluída; se fosse persistente já a coisa soava de outra maneira, especialmente se fosse de pecíolo não côncavo nem achatado na parte superior. É que há pormenores de grande importância para que a ascensão da seiva bruta se dê sem problemas; só assim o limbo se tornaria viçoso.
Já me estava a chatear tanta conversa... porém, o que me agradava mais era prosseguir o passeio por entre aquela humidade natural do arvoredo.

As expectativas aumentavam...